Sobre a igreja do Rosário
História da Igreja
Segundo o historiador Joseph de Melo Álvares, Luziânia teve como alicerce o topo de um morro que estimulou a formação de tortuosos e desordenadas ruas a escorrerem pela ladeira do Rosário. A igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário foi construída nessa área, insinuando o aspecto colonial: o começo da antiga Santa Luzia. Esse monumento traz para a história suas tradições e firma no presente que a igreja do Rosário faz parte da história dessa cidade.
A ideia da construção da Igreja do Rosário, de acordo com Joseph de Melo Álvares (1979), veio de mais de quatrocentas pessoas da raça negra, escravos livres.
Em uma capela que servia de Matriz, sob a presidência do vigário Revm. José Pires dos Santos, um grande número de homens discutiu sobre essa pretensão dos negros. Com medo de uma insurreição e diante de boas justificativas, a ideia de erigir-se no alto do Arraial uma capela a Nossa Senhora do Rosário foi aplaudida com muito entusiasmo. Não dispondo de recursos próprios, os negros pediram ao povo esmolas, as quais iam depositando em mãos garantidas e honestas. Com o decurso de vinte e sete meses tinham em caixa duas mil e cem oitavas de ouro, e promessas para mensalmente entrarem para a capela, no mínimo, cento e cinquenta oitavas até a conclusão da obra. A licença necessária para construção da igreja foi imediatamente requerida ao poder competente, tendo quase certeza da sua concessão. Dada a aprovação tratou-se imediatamente de prontificar os materiais precisos, depois de feita a planta e o respectivo orçamento. Para isso foi nomeada uma comissão composta do mestre de campo Manuel de Bastos Nerva, José Pereira Lisboa, Dr. Jerônimo Moreira de Carvalho, João Pereira Guimarães e do capitão Manoel da Costa Torres.
Ao chegar a permissão para a construção da capela de Nossa Senhora do Rosário, e com grande parte do material pronto, em 2 de junho de 1769, iniciou-se a construção depois de uma missa solene celebrada em um barracão armado no lugar em que ela se acha construída.
No ano seguinte chegaram da Bahia as imagens de Senhora da Fortaleza, da Senhora do Rosário, de São Francisco, de São José e de São Benedito, conduzidas em redes por moleques comandados por João de Souza.
Vencendo as enormes dificuldades, os negros ergueram os paredões de terra socado que medem cerca de 1, 5 metros. A parte frontal mede 18, 24 metros incluindo as duas torres de 3, 5 metros cada uma. Seu comprimento é de 36 metros, sua altura 12, 45 metros do chão à cumeeira.
Os negros contribuíram grandemente na arte produzida no trono de Nossa Senhora do Rosário, no acabamento dado à madeira e mesmo em lugares que não são vistos pelo público, o corte do machado deixa a madeira com um corte semelhante ao das serras elétricas modernas.
Em 3 de março de 1762, houve dentro da Igreja um conflito que culminou com a morte de muitas pessoas, inclusive o padre Antônio Domingues Lima, soldados e autoridades. Da aparição e promessa de conservação esperado pelo rosário instituído, restaram a marca sangrenta do conflito e durante quatro anos, os negros fizeram seus propósitos cultos até que chegasse a permissão eclesiástica.
Igreja do Rosário antes da restauração
Lateral esquerda da Igreja
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